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História da devoção à Nossa Senhora de Nazaré

A devoção a Nossa Senhora de Nazaré teve início em Portugal. A imagem original da Virgem pertencia ao Mosteiro de Caulina, na Espanha, e teria saído da cidade de Nazaré, em Israel, no ano de 361, tendo sido esculpida por São José. Em decorrência de uma batalha, a imagem foi levada para Portugal, onde, por muito tempo, ficou escondida no Pico de São Bartolomeu. Só em 1119, a imagem foi encontrada. A notícia se espalhou e muita gente começou a venerar a Santa. Desde então, muitos milagres foram atribuídos a ela.
No Pará, foi o caboclo Plácido José de Souza quem encontrou, em 1700, às margens do igarapé Murutucú (onde hoje se encontra a Basílica Santuário), uma pequena imagem da Senhora de Nazaré. Após o achado, Plácido teria levado a imagem para a sua choupana e, no outro dia, ela não estaria mais lá. Correu ao local do encontro e lá estava a “Santinha”. O fato teria se repetido várias vezes até a imagem ser levada para a Capela do Palácio do Governo da Província, onde ficou guardada por escolta - mesmo assim, de manhã não estava lá. Entendendo que era o desejo da Virgem permanecer no Igarapé, a comunidade católica de Belém construiu uma ermida no local onde a imagem era encontrada, o que deu início à romaria e à devoção do povo da capital, já que Nossa Senhora já era cultuada no município de Vigia, no nordeste do estado.
Em 1792, o Vaticano autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem de Nazaré, em Belém do Pará. Organizado pelo presidente da Província do Pará, capitão-mor Dom Francisco de Souza Coutinho, o primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro de 1793. No início, não havia data fixa para o Círio, que poderia ocorrer nos meses de setembro, outubro ou novembro. Mas, a partir de 1901, por determinação do bispo Dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro.
Diversos milagres são atribuídos pelos cristãos a Nossa Senhora de Nazaré.
Um dos mais conhecidos teria sido a graça alcançada pelo fidalgo português Dom Fuas
Roupinho, cujo cavalo galopava em uma mata perto de um abismo. Ao perceber que iria cair para a morte, o fidalgo pediu a proteção de Nossa Senhora e o cavalo conseguiu parar. Outro milagre aconteceu no ano de 1846, com os passageiros do brigue português São João Batista, que deixou Belém rumo a Lisboa no dia 11 de julho. O brigue naufragou durante a viagem, e os passageiros foram salvos por um bote que os trouxe de volta à Belém. O brigue havia, anos antes, transportado a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré a Lisboa, para ser restaurada. O bote que salvou os náufragos também era o mesmo que tinha levado a Imagem até o brigue ancorado ao largo da cidade.
Diversos promesseiros que têm suas graças alcançadas acompanham o Círio com uma representação das suas promessas. São objetos de cera, miniatura de barcos, casas e até mesmo cadernos e livros. Esses objetos são depositados nos carros das promessas. Ao todo são 13 carros: Carro de Plácido, Barca dos Escoteiros, Barca Nova, quatro Carros dos Anjos, Cesto de Promessas, Barca com Velas, Barca Portuguesa, Barca com Remos, Carro Dom Fuas e Carro da Santíssima Trindade. Os objetos depositados nos Carros do Círio, e que representam as graças alcançadas pela interseção de Maria, vão para o Memória de Nazaré, exposição permanente em espaço montado ao lado da Casa de Plácido desde o ano passado, e também no Museu do Círio, instalado no Complexo Feliz Lusitânia.

Adaptado de:
Círio de Nazaré. A História do Círio. Disponível em: <http://www.ciriodenazare.com.br/portal/historia.php>. Acesso em: 12/10/15
G1. Entenda a origem da devoção e do Círio de Nazaré em Belém. Disponível em: <http://g1.globo.com/pa/para/cirio-de-nazare/2015/noticia/2015/10/entenda-origem-da-devocao-e-do-cirio-de-nazare-em-belem.html>. Acesso em: 12/10/15